
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) reforçou a importância estratégica da Caatinga na luta contra o aquecimento global e anunciou a ampliação de ações para a preservação do bioma, o único 100% brasileiro. Estudos recentes mostram que a vegetação típica do semiárido é altamente eficiente na captura de carbono, contribuindo para a redução dos níveis de CO₂ na atmosfera. “Mesmo sendo um bioma de clima seco, a Caatinga tem mostrado uma capacidade extraordinária de ajudar nesse equilíbrio climático”, afirmou o professor John Elton Cunha, do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Desde 2010, a Sudene integra o Observatório Nacional da Caatinga, que monitora a dinâmica do carbono no semiárido brasileiro. Dados mostram que em áreas mais úmidas da Caatinga, o sequestro de carbono pode chegar a 5 toneladas por hectare/ano. Em paralelo, a autarquia investe na revisão dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação e na bioeconomia, com projetos que valorizam a biodiversidade local e estimulam o uso sustentável dos recursos naturais. “A Caatinga não é sinônimo de escassez, mas de potência: de biodiversidade, de inteligência adaptativa e de inovação com potencial de escala planetária”, afirmou Danilo Cabral, superintendente da Sudene.
A preservação da Caatinga também foi incorporada como prioridade no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), política que regionaliza ações do Plano Plurianual (PPA) federal. Com cerca de 4.963 espécies de plantas e 1.182 espécies animais, o bioma enfrenta ameaças constantes de desmatamento e mudanças climáticas. Segundo Danilo Cabral, a integração entre políticas públicas, ciência e conhecimento tradicional é essencial para garantir que a Caatinga continue oferecendo seus benefícios ambientais e econômicos para o Brasil e para o mundo.
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