Definir o termo “gestor de alta performance” é ir além da dicotomia gestor e líder. Acredito que a simbiose entre esses dois forma um terceiro e poderoso indivíduo que, consciente da premente necessidade da execução das tarefas e do plano, tem a habilidosa expertise da intropatia. Quando você enxerga as pessoas, você lidera de forma mais nobre.
Existe um exemplo histórico de um líder que foi um gestor estratégico e que merece ser revisto. Não me cabe fazer juízo de valor do indivíduo que, segundo a Rainha Maria I de Portugal, era o próprio “anticristo” mas a história também não poupou a monarca e a tornou conhecida como “Maria Louca”.
É fato que Napoleão Bonaparte foi um dos maiores generais da história. Ele conquistou grande parte da Europa e é considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos. Mas Napoleão também era um mestre em gestão de pessoas. Ele sabia como motivar e liderar seus soldados, e como obter o melhor desempenho deles. Foi dele a célebre frase: “Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir.”
Uma das teorias de gestão mais famosas de Napoleão é a dos 4 tipos de soldados. Ele dividiu seus soldados em quatro categorias, com base em sua inteligência e iniciativa:
• Os inteligentes com iniciativa: Esses soldados são os mais valiosos para um general. Eles são inteligentes, capazes de pensar por si mesmos e tomar decisões rápidas. Eles também são proativos e estão sempre procurando maneiras de melhorar. São, no jargão corporativo, a equipe estratégica da empresa, os diretores e gestores de equipes;
• Os inteligentes sem iniciativa: Esses soldados também são inteligentes, mas não têm a mesma iniciativa dos soldados da primeira categoria. Eles precisam ser constantemente supervisionados e precisam ser instruídos sobre o que fazer. Se enquadrariam na equipe tática, os gerentes, coordenadores e chefes;
• Os ignorantes com iniciativa: Esses soldados não são muito inteligentes, mas têm muita iniciativa. Eles estão sempre dispostos a tentar coisas novas e estão sempre procurando maneiras de melhorar. São esses os tanques de guerra que, se forem bem orientados e moldados, poderão chegar aos altos escalões.
• Os ignorantes sem iniciativa: Esses soldados são os menos valiosos para um general. Eles não são inteligentes e não têm iniciativa. Eles precisam ser constantemente supervisionados e precisam ser instruídos sobre o que fazer.
Esses são os arrogantes que acham que sabem tudo, são os especialistas de todas as áreas.
Creem que sabem tudo e não sabem nada de verdade, sempre darão mais trabalho que resultado.
Essa é uma teoria que remonta os anos de 1.800 e que pode ser adaptada aos dias de hoje, podendo, de certa forma, ser relevante na gestão. É um modelo simplista por não se aprofundar na complexidade das personalidades individuais e outros critérios, como valores e crenças. As pessoas podem evoluir e cabe ao gestor de alta performance possibilitar essa evolução.
Os gestores de alta performance de hoje podem usar essa teoria para ajudar a identificar os diferentes tipos de pessoas em sua equipe e para direcionar as pessoas nas tarefas mais adequadas para o perfil delas. Também podem usar essa teoria para irem além e desenvolver as habilidades e os talentos de suas equipes, para criar um ambiente de trabalho onde todos possam ter sucesso. Nos dias atuais, sem boa comunicação não se chega longe e os gestores devem ser claros e concisos em suas comunicações. Também devem ser justos e imparciais, sendo capazes de motivar e inspirar seus funcionários.
Assim sendo, essa teoria de Napoleão pode ser aplicada à gestão moderna, mas se entendido o indivíduo e, sobretudo, quando respeitadas as diferenças. Os gestores podem usar essa teoria para: Identificar os diferentes tipos de pessoas em sua equipe; Alocar as pessoas nas tarefas mais adequadas; Desenvolver as habilidades e os talentos de suas equipes; Criar um ambiente de trabalho onde todos possam dar resultados.
Afinal, gerir negócios sem entender e respeitar as pessoas é dar resultados sem efetividade. Uma hora se esgotará a eficiência e a eficácia se tornará vazia, sem mais qualidade ou encantamento.