Reator solar-salino flutuante produz hidrogênio direto da água do mar no Ceará

Um projeto conjunto do Instituto Nacional de Energia do Brasil e da Universidade Federal do Ceará desenvolveu aquele que apresenta como o primeiro reator de eletrólise salina offshore movido a energia solar do mundo. A unidade flutuante utiliza a luz solar e a água salgada do oceano diretamente para produzir hidrogênio, dispensando etapas de dessalinização ou o uso de água pura.

A inovação central é um eletrodo dopado com rutênio e enxofre, projetado para resistir à corrosão por cloro — problema que costuma degradar rapidamente sistemas de eletrólise em água do mar. Com membrana estabilizada por camadas de grafeno e revestimentos catalíticos ativados por UV, o protótipo alcançou eficiência de produção de hidrogênio de 76%, segundo os responsáveis.

Instalado a 18 km de Fortaleza, o equipamento armazena o hidrogênio comprimido em tanques no casco, enquanto a eletricidade é gerada por espelhos solares concentradores montados na plataforma, sem depender da rede elétrica. O plano é atender a indústria pesada no interior do país, como siderurgia e cimento, aproveitando rotas de dutos existentes, além de servir futuramente como ponto de reabastecimento para embarcações. A tecnologia também está em análise para adaptação por Chile e África do Sul.

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