Maciel Melo é poeta compositor, músico, ator e escritor, com três livros editados: "A poeira e a estrada, O refúgio das interrogações, O menino que sonhava passarinho", e um ainda no prelo, a ser lançado em breve com o título: "A marca da cicatriz". Maciel é hoje uma referência da música nordestina; autor de sucessos gravados por grandes vozes do país ( Elba Ramalho, Fagner, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Quinteto Violado, Flávio José, Xangai entre tantos outros). É o compositor do clássico "Caboclo Sonhador", e outros sucessos como: Que nem Vem Vem, Tampa de Pedra, Terra Prometida, Caia por cima de mim. Isso vale um abraço, Jeito Maroto, Dê cá um Cheiro, Pra ninar meu coração, O velho arvoredo Retinas, Rainha, Dama de Ouro, esta inserida na trilha sonora do filme Lisbela e o prisioneiro, além de ter atuado como ator na novela Velho Chico, folhetim das nove da rede globo

Os brutos também amam

Era necessário reacender seu plano de luz. Se penumbrou, se sublinhou, reticenciou o assunto e encerrou o monólogo. Entendeu por fim que nada será como antes. “No princípio era o verbo”. Agora, subjetivando-se entre os vertebrados, entre pássaros, folhas, flores e frutos, passa a perceber que “Os brutos também amam”. Diz uma velha canção, que se faz recordar. Cada cabeça é um mundo, cada mundo tem suas tribos.

A sua é de Já, de agora e sempre. O eterno é uma incógnita, o amor é livre, está a milhões de anos luz do seu umbigo.
Em seu entorno, seres invisíveis, incomensuravelmente superiores à sua significância, se fazem presentes em cada molécula do ar que respira. A noite foi longa, a luz do seu olhar luminava na melancolia daquela música que hipnotizava a platéia ali presente. Era imprescindível uma concentração mais abstrata, pois o desejo lhe rasgava a carne, à medida em que as lembranças aceleravam o ritmo da última canção que fizera, protagonizando a mais cruel de suas tentações. Cânticos e louvores a Eros soavam pela madrugada.

Era o último ato. As luzes que azulavam o tablado, aos poucos se amiudavam, fazendo desaparecer a imagem que serviu de mote para uma fábula ferida, cheia de reticências, paragrafos e interrogações.
Deu o último acorde, pôs o instrumento no pedestal, guardou a batuta e se curvou perante o público, reverenciando a todos, que o aplaudiam de pé, e assim foram todos os concertos de uma opereta que termina agora, entre a nudez da alma e o sobre-tudo da razão.

A sinfonia da vida faz uma pausa, para dar inicio a uma nova composição. Um novo mote surge entre o virtual e a fantasia, a orquestra lhe espera, e mais um bolero se fará fundo musical para o atavismo de um poeta que pendurou a vida num arame e baila no picadeiro de um circo voador, sorrindo, cantando, e achando graça daquela velha piada que um velho palhaço lhe contou antes de começar o espetáculo.

Maciel Melo é poeta compositor, músico, ator e escritor, com três livros editados: "A poeira e a estrada, O refúgio das interrogações, O menino que sonhava passarinho", e um ainda no prelo, a ser lançado em breve com o título: "A marca da cicatriz". Maciel é hoje uma referência da música nordestina; autor de sucessos gravados por grandes vozes do país ( Elba Ramalho, Fagner, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Quinteto Violado, Flávio José, Xangai entre tantos outros). É o compositor do clássico "Caboclo Sonhador", e outros sucessos como: Que nem Vem Vem, Tampa de Pedra, Terra Prometida, Caia por cima de mim. Isso vale um abraço, Jeito Maroto, Dê cá um Cheiro, Pra ninar meu coração, O velho arvoredo Retinas, Rainha, Dama de Ouro, esta inserida na trilha sonora do filme Lisbela e o prisioneiro, além de ter atuado como ator na novela Velho Chico, folhetim das nove da rede globo

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