
A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) está presente em pelo menos 28 países, onde atua no tráfico internacional de drogas e armas, lavagem de dinheiro e infiltração em presídios estrangeiros para recrutar novos membros. As informações constam em um mapeamento do Ministério Público de São Paulo, obtido pela GloboNews e pelo g1, e têm sido compartilhadas com embaixadas e consulados com o objetivo de ampliar a cooperação internacional contra o crime organizado.
O relatório revela que a facção paulista já consolidou presença especialmente na América do Sul, com forte atuação em países como Paraguai, Bolívia, Uruguai e Venezuela — regiões estratégicas para o envio de cocaína à Europa. Além disso, o PCC tem fixado moradia e estrutura criminal em nações como Portugal, que se tornou um ponto chave para a entrada de drogas no continente europeu. A atuação do grupo em solo europeu, segundo o promotor Lincoln Gakiya, já não se limita à logística do tráfico, mas indica um movimento de enraizamento e expansão da influência da facção.
A cooperação internacional tem avançado com acordos entre o Brasil, Portugal e Itália, e também com a Interpol. As autoridades brasileiras alertam que o fortalecimento do PCC fora do país representa um risco direto à segurança pública nacional, já que os lucros em moeda estrangeira ampliam a capacidade de corrupção e articulação criminosa no Brasil. Especialistas também apontam a necessidade urgente de maior integração entre estados e a criação de um Ministério da Segurança Pública para enfrentar o problema de forma coordenada.