O que é TV 3.0? Entenda como a tecnologia muda sua televisão

O ministro de Comunicações Frederico de Siqueira Filho e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram ontem (27) o decreto para regulamentar a TV 3.0. A tecnologia promete mudar a sua forma de assistir televisão, com maior qualidade de imagem e som, acesso à internet e publicidade segmentada.

O governo quer lançar as duas primeiras estações experimentais da também chamada de DTV+, ainda em 2025, em São Paulo e Brasília.

Na prática, o novo padrão da televisão aberta brasileira deve combinar transmissão com recursos de interatividade, imagem em 4K – com possível de evolução para 8K – e som imersivo. As informações são do Estadão.

Ou seja, a TV aberta será uma mistura entre televisão tradicional e streaming. “O novo sistema moderniza o setor e coloca o país na vanguarda da radiodifusão mundial”, diz a pasta.

O desenvolvimento foi conduzido pelo Fórum SBTVD, com apoio do Ministério das Comunicações. Chamada de “TV do futuro”, a próxima geração de TVs prevê imagens que evoluem de Full HD para 4K e possibilidade de alcançar 8K em conexão com a internet.

O som será imersivo e os televisores terão maior conectividade, permitindo interação em diferentes formatos, como publicidade direcionada, comércio eletrônico e múltiplos ângulos de transmissão. Entre os recursos adicionais estão legendas personalizáveis, audiodescrição e tradução em libras.

A expectativa é de que todos os usuários precisem só da antena para assistir de graça aos canais. Mas, apenas quem tem acesso à internet conseguirá aproveitar as funções extras, como acessar aplicativos na tela, usar serviços sob demanda (on demand) ou fazer login para interagir com os conteúdos.

Outra mudança será na forma de trocar canais pelo controle remoto. Em vez de números, as emissoras serão reconhecidas por ícones, parecidos com os já usados por plataformas de streaming, como Netflix e YouTube.

Inclusive, alguns modelos de televisão já são produzidos sem teclado numérico no controle remoto.

Embora o sinal da TV continue gratuito com a atualização, ainda será preciso adquirir um conversor para acessar a novidade. Chamado de Mimo (Multiple-Input Multiple-Output), o aparelho usa mais de uma antena tanto para transmitir quanto para receber sinais de comunicação sem fio.

Previsões do momento sugerem que os conversores custarão algo em torno de R$ 400. Mas o ministério diz que a estimativa é prematura. Os valores devem cair de forma progressiva com a evolução do mercado e a escala de produção.

Também é esperado que as televisões já saiam de fábrica com a tecnologia em breve.

“A TV 3.0 é prioridade para a radiodifusão brasileira”, disse Frederico de Siqueira Filho na terça-feira, 26, na abertura da SET EXPO, em São Paulo.

Com início ainda em 2025, a implementação total da novidade seguirá metas até a Copa do Mundo de 2026, quando todas as capitais já terão cobertura – ao menos parcial – do novo sinal.

“Do ponto de vista público, é a garantia de que a TV aberta seguirá gratuita, universal e com imagem 8K, áudio imersivo, acessibilidade ampliada e interatividade real”, disse. “Do ponto de vista da indústria, é a entrada definitiva na economia digital”.

O atual sistema de televisão digital (TV 2.0) não será desligado assim que a TV 3.0 entrar em funcionamento, segundo o ministério. O decreto, porém, estabelece um período de 10 a 15 anos para o sistema atual e a TV 3.0 conviverem.

Cerimônia
Na cerimônia no Palácio do Planalto nesta quarta, o ministro das Comunicações, Frederico Siqueira, afirmou que a TV 3.0 representa um “passo forte para tornar o Brasil soberano na tecnologia”.

Em busca de evitar ruídos de informações, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, destacou que a nova tecnologia não impõe aos usuários a necessidade de troca imediata de antenas. “Ninguém será obrigado a trocar a antena imediatamente, canais continuarão funcionando.”

Entenda a TV 3.0 em seis pontos:
O que é a TV 3.0?

A TV 3.0 é a nova geração da TV digital aberta no Brasil, que substituirá gradualmente o sistema em uso desde 2007. O novo padrão prevê melhor qualidade de imagem e som, integração com internet e recursos interativos.

Quando e onde vai funcionar?

A implantação será gradual em todo o País, começando pelas grandes capitais. Durante a transição, o sistema atual continuará funcionando. Assim como o modelo atual, a TV 3.0 depende de acesso a antenas.

Quem poderá utilizar?

Todos os usuários de TV aberta poderão acessar a nova tecnologia à medida que ela for disponibilizada em sua região. Televisores atuais poderão ser adaptados por meio de conversores, sem necessidade de substituição imediata.

Quais os principais recursos da TV 3.0?

O sistema permite transmissões em 4K, com possibilidade de até 8K pela internet, além de áudio imersivo. Oferece acessibilidade por meio de legendas, audiodescrição e libras. Também incorpora interatividade, publicidade segmentada e suporte a alertas de emergência geolocalizados.

A TV 3.0 será gratuita?

Sim. O serviço seguirá aberto e gratuito, como ocorre atualmente com a TV digital.

O governo obrigará a migração?

Não haverá obrigatoriedade imediata. O modelo prevê coexistência com a tecnologia atual, cabendo ao usuário decidir quando migrar.

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