Quando estudamos sobre a cor do vinho, aprendemos que existem três cores: branco, rosé e tinto, e também aprendemos que o que dá a cor do vinho é o contato da casca com o mosto durante a fermentação.
Resumidamente, na produção do vinho branco, as uvas são prensadas e só o mosto é que irá fermentar e se transformar em vinho. No tinto, o mosto é fermentado junto com as cascas, daí a sua cor.
Já no caso dos rosés, há duas formas de produção: uma em que se prensam as uvas tintas e um líquido rosado é retirado e segue para a fermentação (são os melhores rosés), e o método de “sangria”, onde, durante a produção de um vinho tinto, drena-se (“sangra”) uma certa quantidade de mosto que estava em contato com as cascas, já com coloração rosada, para outro recipiente, para complementar a fermentação. Nesse caso, a coloração vai depender de quanto tempo as cascas ficaram em contato com o mosto.
E o laranja, como é produzido?
Na verdade, o laranja é um vinho branco em que, durante a fermentação, as cascas são fermentadas junto com o mosto, daí a cor alaranjada do vinho. Esta é uma técnica milenar, ancestral, que vem sendo praticada em algumas vinícolas no mundo e aqui no Brasil também.
Nos primórdios, mesmo antes dos romanos, o vinho era produzido em grandes ânforas de argila. Nelas, colocavam-se as uvas (brancas ou tintas). Muito provavelmente, os relatos mais antigos da produção de vinhos vêm da Geórgia, no Cáucaso, cerca de 8.000 anos a.C. Eles utilizam o Qvevri: grandes ânforas de barro enterradas no solo, seladas com argila, que são utilizadas para fermentar e armazenar o vinho.
O Alentejo, em Portugal, vem produzindo vinhos em grandes ânforas, chamados Vinho da Talha. A Itália também se destaca. Aqui no Brasil, os vinhos laranja são produzidos principalmente na Serra Gaúcha, no RS, com a uva Peverella.
A principal característica dos vinhos laranjas é sua coloração, que varia entre tons de âmbar, podendo apresentar reflexos amarelados, alaranjados e dourados. No nariz, revelam grande intensidade aromática, onde se destacam aromas cítricos, frutados, amêndoas e nozes, como avelã e castanha-do-pará, notas de mel e herbáceas.
Por ser elaborado com as cascas, esses vinhos são mais encorpados e tânicos em comparação com os brancos. Massas com trufas, cordeiro e paella são boas opções de combinação com o vinho laranja.
Degustamos o Casa Agrícola Portugal Curtimenta (esse é o termo português para vinho macerado com as cascas) 2022, produzido com a uva Fernão Pires:
Cor: dourado com reflexos alaranjados
Nariz: aromas cítricos (laranja e tangerina) e um toque de mel.
Boca: seco, acidez e corpo médios, frutado e boa persistência aromática.
Onde encontrar: Casa Bebidas
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Maiores informações:
81-98262.2200
