EMS faz investimento bilionário para liderar “corrida do Ozempic”

A EMS, maior farmacêutica do Brasil, deu um passo estratégico na corrida global por medicamentos voltados ao tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. Com investimento superior a R$ 1 bilhão, a empresa inaugurou em 2024, em Hortolândia (SP), sua primeira unidade dedicada à produção de peptídeos — tecnologia base de produtos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro. A expectativa da companhia é lançar, ainda este ano, dois medicamentos à base de liraglutida — Lirux e Olire — e comercializar 250 mil canetas em 2025. “Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado”, afirmou Carlos Sanchez, presidente do conselho da EMS.

Enquanto diversas farmacêuticas planejam importar versões genéricas após o vencimento da patente do Ozempic no Brasil, previsto para 2026, a EMS se antecipa ao cenário. Segundo o CFO Gustavo Bizinelli, o projeto começou há seis anos e tem potencial para gerar US$ 4 bilhões por ano, sendo metade com exportações. “Seremos a primeira indústria nacional com uma fábrica local para produção de peptídeos. Isso é uma incorporação de tecnologia para o Brasil”, destacou. A empresa já se prepara para disputar o mercado internacional, com foco inicial nas Américas e possibilidade de expansão para a Europa, caso obtenha a aprovação da FDA.

A operação da EMS também é sustentada por sua fábrica em Manaus, considerada uma das cinco maiores do mundo na produção de medicamentos sólidos. Com produção de 1,5 bilhão de comprimidos por mês, a unidade é apontada como o “motor” da empresa. “Quem financiou a inovação que temos hoje foram os genéricos. A EMS ficou grande porque entrega isso — tecnologia de qualidade na elaboração e manipulação das fórmulas e matérias-primas”, disse Iran Gonçalves Jr., diretor médico da empresa.

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