
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sugere que o uso de inteligência artificial, como o ChatGPT, para escrever textos pode comprometer o desempenho cognitivo e reduzir a capacidade de aprendizado. A pesquisa, que envolveu 54 participantes de diferentes universidades de Boston, revelou que usuários de IA apresentaram menor atividade cerebral e engajamento durante tarefas de redação, em comparação com aqueles que usaram apenas o próprio raciocínio ou mecanismos de busca como o Google. “Demonstramos a questão urgente de uma provável redução nas habilidades de aprendizagem”, alertaram os cientistas responsáveis.
O estudo apontou que os usuários de IA tiveram maior dificuldade em lembrar o conteúdo que escreveram, mesmo minutos após a redação, com 83% incapazes de recitar uma frase do próprio texto. Além disso, nenhum soube descrever corretamente os principais pontos abordados. A conclusão foi reforçada por análises de professores e de uma IA criada especificamente para avaliar os textos. Os pesquisadores também destacaram que o uso prolongado dessas ferramentas pode comprometer o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico e criatividade, fundamentais no ambiente educacional.
Diante dos riscos, a Unesco recomendou diretrizes para o uso responsável da IA na educação, com foco na proteção da agência humana e na promoção da interação social e criatividade. No Brasil, uma pesquisa da Abmes revelou que 71% dos estudantes universitários utilizam IA para estudar, sendo 29% diariamente. Apesar da atratividade da tecnologia, mais de 40% reconhecem os perigos da dependência e dos erros gerados pelas ferramentas. “A IA não deve usurpar a inteligência humana”, afirmou Stefania Giannini, diretora da Unesco, ao defender regulações que assegurem o uso ético e pedagógico da tecnologia.