Novos dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), revelam que 65 municípios em Pernambuco têm mais da metade de seus habitantes vivendo em lares sem acesso adequado ao saneamento básico. Isso significa que mais de 3,1 milhões de pessoas no estado não possuem esse serviço essencial, o que corresponde a cerca de um terço da população local.
No Brasil, os números indicam que em 2022 aproximadamente 49 milhões de indivíduos viviam em residências sem descarte adequado de esgoto, o que representa 24% da população do país. Esse percentual é ainda mais alarmante entre os brasileiros pretos e pardos, que compõem mais da metade da população, atingindo a marca de 68,6%.
Considera-se descarte adequado de esgoto aquele que é direcionado para redes públicas de coleta ou para sistemas de fossas sépticas ou com filtro, mesmo que, posteriormente, não seja encaminhado para essas redes. Por outro lado, formas como o uso de fossas rudimentares, descarte direto em rios ou no mar são consideradas inadequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.
Em Pernambuco, a situação mais crítica é observada em Manari, no Sertão, onde 96% da população não possui acesso a esgoto adequado, recorrendo principalmente ao uso de fossas rudimentares ou buracos. No segundo pior cenário estão Vertente do Lério, Salgadinho e Casinhas, no Agreste, onde cada uma dessas cidades registra 89% da população sem saneamento.
Por outro lado, Arcoverde e Fernando de Noronha destacam-se com apenas 8% da população sem tratamento de esgoto, seguidas por Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, com 9% dos moradores em domicílios sem saneamento básico.
Na capital pernambucana, quase um quarto da população vive em lares sem esgoto adequado, totalizando 340.238 pessoas, o equivalente a 23% dos habitantes da cidade.