Atualmente existem várias técnicas para amadurecimento dos vinhos após a fermentação.
A mais tradicional e clássica é o uso de barris de carvalho francês ou americano. A madeira transmite ao vinho compostos aromáticos e afina os taninos, devido a micro porosidade da madeira, que permite a entrada de pequenas quantidades de oxigênio ( micro oxigenação) e isso faz com que haja mudança estrutural dos taninos, modificando sua textura e tornando assim mais suaves; são vinhos mais estruturados e de guarda.
Outra forma é em grandes ânforas de argila, algumas com capacidade de 500 litros ou mais.
Está é uma forma ancestral, provavelmente o primeiro recipiente utilizado na vinificação.
Muito utilizada pelos romanos e que hoje em dia está retomando em alguns países, como Portugal ( Vinho da Talha), Geórgia, Grécia, Itália,Brasil, etc
Geralmente, coloca-se o mosto e deixa que ele fermente sozinho, com pouca intervenção humana.
Os defensores dizem que, entre os benefícios, está uma micro-oxidação suave, devido à natureza porosa do material, como na barrica de carvalho, mas sem a interferência de sabor da madeira, conferindo aromas e sabores únicos.
Muitas vinícolas ainda utilizam os grandes tanques de inox para o amadurecimento do vinho. Aqui não há contato com oxigênio e os vinhos tendem a ser frescos, frutados e mais leves.
Uma técnica que vem ganhando força e adeptos são os tanques de cimento em forma de ovo.
O principal fator do formato oval, sem cantos ou bordas, é permitir a constante movimentação do vinho dentro do recipiente, Ademais, dentro do ovo, as leveduras ficam em constante movimento ascendente ao redor de um vórtice que se forma devido a uma corrente interna, fazendo com que os taninos se tornem mais polidos e sejam suavizados pelas porosas paredes de concreto do ovo, que permitem a micro-oxigenação do vinho e também sem interferência nos aromas e sabores da bebida.
Indicação de hoje:
Vinho Góes Concreto
Vinho tinto elaborado pela vinícola Góes, situada em São Roque/SP
Corte de 63% Cabernet Franc e 37% Syrah, maturado por 5 meses em ovos de concreto.
Cor: Rubi intenso e brilhante
Nariz: vinho muito fragrante, frutas vermelhas como cereja e negras como ameixa e um toque de especiaria e floral advindos da Syrah.
Boca: seco, médio corpo, álcool e acidez equilibrados ( vinho gastronômico pela sua acidez ), taninos finos e macios, muito boa persistência
Harmonização: carnes vermelhas, massas com molho vermelho e queijos semi-maturados.
Onde encontrar aqui em Recife: @paovinho