
Com apenas 20% dos nordestinos aplicando recursos no mercado financeiro, conforme relatório da Anbima, o segundo semestre de 2025 surge como oportunidade para atrair novos investidores e ajustar carteiras de quem já atua nesse universo. A forte valorização do real — oitava maior entre as principais moedas emergentes, segundo a Austin Rating — e o patamar elevado da Selic, agora em 15%, moldam o cenário para decisões mais estratégicas no Brasil.
Para Sérgio Guedes, CEO da SIR Investimentos, o fortalecimento da moeda nacional “tende a beneficiar ativos de renda variável, fundos imobiliários e setores mais sensíveis ao crédito, como varejo e construção civil”, mas ele ressalta que “o câmbio é volátil e sujeito a fatores externos”. Já os juros altos, diz o especialista, tornam atraentes aplicações em renda fixa, ao mesmo tempo em que “ativos prefixados e atrelados à inflação começam a ganhar destaque” em meio à perspectiva de corte futuro na taxa básica.
O desempenho do Ibovespa reforça esse otimismo: o índice ultrapassou os 140 mil pontos pela primeira vez, impulsionado pela combinação de real forte e expectativas de queda de juros. Ainda assim, Guedes avisa que “mais importante do que o índice é entender a composição desse movimento e se os fundamentos das empresas justificam as valorizações”.
Diante dessa conjuntura, Guedes recomenda que iniciantes definam o perfil de risco e objetivos — como reserva de emergência ou renda passiva — e utilizem a renda fixa como ponto de partida, enquanto investidores experientes devem reavaliar suas carteiras “para garantir que continuem adequadas aos objetivos, prazos e tolerância a risco”, à luz das oscilações cambiais e das expectativas de redução de juros.