Motta articula apoio para adiar votação da anistia e isolar PL na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), articulou apoio de líderes de 14 partidos para adiar a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, contrariando a pressão do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A estratégia tem como objetivo isolar o PL e o Novo, únicos defensores da votação imediata, e reforçar a necessidade de mais debates sobre a proposta. A medida ocorre em meio à tentativa de evitar novos atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante jantar com o presidente Lula e parlamentares da base, Motta alinhou o discurso de que o texto atual precisa ser “aperfeiçoado” e que há outras prioridades no Congresso, como saúde, economia e segurança. Na reunião do colégio de líderes desta quinta-feira (24), a ideia é consolidar o apoio ao adiamento, enquanto o PL ameaça retaliações caso o projeto não seja levado ao plenário. Na véspera, o líder bolsonarista Sóstenes Cavalcante (RJ) chegou a afirmar que o partido pode romper com Motta e dificultar a distribuição de emendas parlamentares.

Motta já havia sugerido a Bolsonaro que apresentasse um novo texto mais enxuto, que modulasse penas consideradas exageradas sem conceder anistia total. A proposta atual, relatada por Rodrigo Valadares (União-SE), prevê perdão para todos os envolvidos em atos com motivação política desde o segundo turno de 2022. O texto gera controvérsia jurídica por sua amplitude e possível efeito sobre as ações que envolvem o próprio ex-presidente. Enquanto não há uma nova versão, aliados de Motta aguardam que o STF avance na concessão de prisões domiciliares e flexibilização de penas, o que pode ajudar a reduzir a pressão pela votação da anistia. Com informações da Folha de São Paulo.

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