A ex-presidente Dilma Rousseff foi reconduzida à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco do Brics, para mais cinco anos de mandato. A decisão foi anunciada ontem (23), durante evento em Pequim, e contou com aprovação unânime do conselho do banco sediado em Xangai. No cargo desde março de 2023, Dilma afirmou que, ao assumir, a instituição estava há 16 meses sem contrair empréstimos e, desde então, sua gestão reverteu o cenário: “Agora estamos bem”.

Durante o evento, Dilma destacou o papel do banco na aproximação econômica entre Brasil e China, especialmente com o plano de “sinergias” em projetos conjuntos entre os países, como alternativa à adesão brasileira à Iniciativa Cinturão e Rota. Apesar do atraso na entrega de propostas concretas por parte das forças-tarefa criadas para essa finalidade, Dilma assegurou que uma das iniciativas mais aguardadas, a ferrovia transoceânica, que ligaria o Brasil ao Pacífico para facilitar o escoamento de grãos à Ásia, “vai avançar”: “Certeza absoluta”, declarou.

Presente no Fórum de Desenvolvimento da China, Dilma elogiou o modelo chinês de crescimento e minimizou as ameaças do ex-presidente americano Donald Trump de aplicar tarifas aos países do Brics caso seja criada uma moeda alternativa ao dólar. “Ele vai taxar a União Europeia? O euro é uma moeda alternativa. Mas acho que o Brics não vai fazer isso”, respondeu. Segundo ela, o foco da próxima cúpula do grupo em julho deve estar em plataformas de investimento.

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