
O contrabando de canetas para emagrecer, como a Mounjaro, tem se intensificado nos aeroportos internacionais do Brasil. Às vésperas da chegada oficial do medicamento às farmácias — prevista para 7 de junho —, criminosos recorrem a estratégias cada vez mais engenhosas para introduzir o produto no país, escondendo-o em potes de cosméticos, materiais escolares e até na cueca. “Ultimamente, têm trazido de forma oculta, dentro das malas, dentro de pote de cosmético […] inclusive presas ao corpo”, relatou Marcelo Costa, auditor fiscal da Receita Federal.
Em 2024, foram feitas 292 apreensões. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, o número já chegou a 470. A alta demanda é explicada pelos efeitos do medicamento: “ajuda na perda de peso para os pacientes com obesidade, além de um excelente controle da glicemia para os pacientes que têm diabetes”, afirmou Karen de Marca, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. No entanto, o uso sem prescrição médica preocupa. “É um produto tarja vermelha e deve ser tomado com acompanhamento profissional”, alertou Daniel Pereira, diretor da Anvisa.
A legislação permite que passageiros tragam o medicamento para uso pessoal, desde que apresentem receita. “O que é permitido é a importação por pessoa física, como bagagem, com receita médica”, explicou a delegada Patrícia Miranda, da Alfândega do Galeão. O transporte inadequado, no entanto, pode comprometer a eficácia. “Quando ele é trazido no corpo, presume-se que a temperatura aumenta, perdendo a eficácia do remédio”, destacou Vânia Câmera, da Anvisa. Com informações do Fantástico.
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