Tudo começou quando Brás Cubas, em 1552, plantou as primeiras parreiras onde hoje está Cubatão, mas, como não houve crescimento satisfatório, tentaram a produção no que hoje é Taubaté. De lá pra cá, muita coisa mudou. A começar pelo local, inicialmente pela influência da colonização italiana no sul, por volta de 1889, mais especificamente em Garibaldi, e, depois, em Bento Gonçalves, os primeiros vinhedos foram plantados, a princípio como produção própria, depois venda. À época, o modo de plantio que predominava era latada ( tipo de condução que forma um teto pelas parreiras ) e, posteriormente, no final década 80, começou a mudança para espaldeira (que forma terraços ), possibilitando assim, uma melhor exposição ao sol e, consequentemente, a qualidade do fruto e do vinho. Em 90, muitas vinícolas investiram em tecnologia com substituição dos grandes barris de fermentação para os tanques de inox, de modo a conseguir uma fermentação mais controlada e investimentos em barricas de carvalho francesas e americanas, com isso, aumentaram mais ainda a qualidade e complexidade do vinho. Hoje, não só o Vale dos Vinhedos produz vinhos de qualidade, tem muito vinho bom sendo produzido em SC, SP, MG e aqui no Nordeste (Vale do São Francisco). Estamos produzindo muita coisa boa: brancos, rosés, tintos, mas, digamos assim, o nosso representante ainda é o espumante e a grande maioria das vinícolas observou isso e está investindo no que há de melhor para produzi-los. E o retorno está garantido, além do mercado interno, estamos exportando para vários países. Em 2012, o Brasil conquistou sua primeira Denominação de Origem: a DO Vale dos Vinhedos, que engloba Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo, que seguem uma série de exigências pré-estabelecidas para a produção do vinho. Recentemente, em 2022, surgiu outra, a DO Altos de Pinto Bandeira, também no RS, é voltada exclusivamente para a produção de espumantes. Já o Vale São Francisco recebeu a Indicação de Procedência ( IP) de Vinhos Tropicais. Fico muito feliz em poder testemunhar a evolução do vinho brasileiro, temos excelentes vinhos nacionais, cabe ao consumidor derrubar a barreira e começar a prestigiar o nosso vinho, bem como aos governantes baixar os altos impostos para produção e venda dos vinhos, o retorno será imediato e a satisfação garantida!

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