Lula chama transposição do São Francisco de “redenção de um povo” e cobra estados e municípios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a transposição do Rio São Francisco como “a redenção de um povo” durante cerimônia realizada nesta quarta-feira (28), em Salgueiro, no Sertão de Pernambuco. No evento, que marcou o encerramento da jornada Caminho das Águas do Novo PAC, Lula assinou a ordem de serviço para duplicar a capacidade de bombeamento do Eixo Norte do projeto, com investimento de R$ 491,3 milhões. A ampliação da vazão de água, de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficiará cerca de 8,1 milhões de pessoas em 237 municípios de quatro estados do Nordeste.

Em discurso emocionado, o presidente lembrou que a proposta de transpor as águas do São Francisco remonta a 1846, ainda no Império: “Essa obra não é uma invenção do Lula. É um desejo do imperador Dom Pedro II.” Ele também relembrou episódios da infância, ao relatar que consumia água de açudes sujos no sertão. Em crítica à visão elitista sobre obras no Nordeste, Lula afirmou que a transposição “não era para fazer piscina com onda”, mas para garantir água potável à população.

Lula também cobrou responsabilidade dos entes federativos para concluir o ciclo da obra: “Estamos fazendo a primeira parte, que é trazer a água. Mas essa água tem que chegar nas casas.” Ele frisou que o êxito da transposição será medido não pelo tamanho da estrutura, mas pela água tratada chegando às torneiras das famílias. Em tom político, ainda criticou gestões passadas que, segundo ele, “não gostavam disso”.

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