
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira, após colocar tornozeleira eletrônica, que não pretende fugir e disse que o dinheiro apreendido em sua casa foi declarado à Receita Federal. A determinação foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente se disse “humilhado” por colocar tornozeleira eletrônica.”Me sinto humilhado, isso é humilhação”, afirmou. As informações são do jornal O Globo.
Foram apreendidos US$ 14 mil e R$ 8 mil na sua casa, assim como um pen drive no banheiro. “Nunca pensei em sair do Brasil. No meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação”, declarou.
Apesar de negar tentativa de deixar do país, ele disse que “sair do Brasil é a coisa mais fácil”. “A suspeita é um exagero. Sou um ex-presidente, tenho 70 anos”, disse.
Sobre o pen drive, disse não ter a “menor ideia”. “Eu sempre guardei dólar em casa, tem lá o recibo do Banco do Brasil”, acrescentou.
O presidente disse que tinha um almoço com embaixadores, mas que foi cancelado.
A decisão de Moraes vem depois da taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na carta enviada ao presidente Lula que trata do tema, Trump cita as ações contra Bolsonaro no STF, consideradas por ele “injustas”.
Bolsonaro também está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, e de se aproximar de embaixadas, e não pode utilizar redes sociais.
As medidas foram tomadas por Moraes após representação da Polícia Federal (PF), que teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A motivação para a representação da PF deriva das suspeitas de cometimento dos crimes de coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Os investigadores também identificaram o risco de fuga do país. Nesta manhã, foram apreendidos ao menos US$ 10 mil na residência de Bolsonaro, em Brasília. O dinheiro ainda está sendo contado.