
A úlcera venosa, uma complicação grave das varizes não tratadas, pode causar danos irreversíveis à pele da perna, mesmo após a cicatrização. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), cerca de 1% da população mundial convive com esse tipo de ferida crônica, cuja cicatrização pode levar meses ou até anos. Inchaço persistente, dor, escurecimento da pele (dermatite ocre), veias dilatadas e feridas abertas são sinais de alerta para o problema, que costuma afetar principalmente os membros inferiores.
De acordo com a cirurgiã vascular e angiologista Beth Moreno, a úlcera venosa é o estágio mais avançado da doença venosa crônica. “Veias doentes dificultam o retorno do sangue ao coração, provocam inchaço e inflamações, e isso pode culminar na formação da úlcera”, explica. A médica destaca que o tratamento precoce das varizes é fundamental para evitar esse desfecho. “Muitos pacientes subestimam os vasinhos aparentes, mas eles podem esconder problemas mais sérios, como alterações na veia safena, que é essencial para o sistema venoso da perna”, alerta.
O tratamento das úlceras varicosas envolve desde o controle da doença venosa até mudanças de hábitos. Redução do peso, prática de atividade física, uso de medicamentos venotônicos e evitar longos períodos em pé fazem parte das recomendações. Um dos pilares da abordagem, segundo a especialista, é a compressão. “Indicamos compressão inelástica, como a bota de Unna ou dispositivos de velcro, para reduzir o inchaço. As meias elásticas são mais adequadas na fase de manutenção”, afirma Beth. O uso de curativos tecnológicos específicos para cada fase da cicatrização também é essencial para promover a recuperação da pele.
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