
Ao comentar o tarifaço, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista ao The New York Times publicada nesta quarta-feira (30), que trata o assunto com “seriedade”, mas que isso não significa, no entanto, “subserviência”.
“Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, disse Lula em sua primeira entrevista em 13 anos ao periódico.
No último dia 9, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que iria aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto. Na ocasião, o líder norte-americano atribuiu a cobrança, além de uma relação que diz ser injusta com o país, à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são da CNN Brasil.
Deste então, Lula declarou em discursos e entrevistas que Trump deveria respeitar a soberania brasileira e alegou que o chefe de Estado “não quer conversar”. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi aos Estados Unidos para uma cúpula sobre a solução de dois Estados, mas não teve reuniões com autoridades americanas sobre o tarifaço.
Uma comitiva de senadores está nos EUA para reuniões com parlamentares americanos e empresas, mas o impasse continua a dois dias de a tarifa entrar em vigor.
Lula: Poder dos EUA não causa medo, mas preocupa
Ao longo da entrevista concedida no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, Lula reconheceu o poder econômico e militar dos Estados Unidos, mas destacou que isso não causa medo e, sim, preocupação.
“Em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”, disse o mandatário.
“Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos deixa com medo. Nos deixa preocupados”, completou Lula.