O Recife será palco, nos dias 5 e 8 de junho, do lançamento do fotolivro Meu pai morreu três vezes, da artista visual Clara Simas. A obra será apresentada na Galeria Garrido no dia 5 e terá programação especial no Cinema São Luiz no dia 8, com a exibição remasterizada do filme Meteorango Kid: Herói Intergaláctico, em que Manoel Costa, pai da autora, interpretou o personagem Caveirinha. O projeto propõe uma jornada íntima entre imagens, memórias e ficções que reconstroem a figura do pai ausente.

O livro é resultado de um processo de cinco anos em que Clara revisita a memória de seu pai, um ator do Cinema Marginal baiano nos anos 1970. “Assistia às cenas em que ele morria na ficção repetidamente. Me acostumei a vê-lo morrer na tela”, relata. A publicação é dividida em três capítulos, que apresentam diferentes versões do pai: o Homem Comum, o Anti-Herói e o Pai. Cada faceta é acompanhada por relatos de pessoas próximas e imagens organizadas em fluxos narrativos visuais, incluindo arquivos pessoais, negativos digitalizados e fotografias cedidas por instituições como o Instituto Moreira Salles e a Cinemateca Brasileira.

No dia 8, além da exibição do longa, também será apresentado o curta Creuzinha não é mais tua, de Amin Stepple, com participação de Manoel Costa. A obra, impressa em edição limitada, já foi finalista do Dummy Awards’25, na Alemanha, e circulará por festivais na Europa e Ásia. “Meu analista diz que o livro é sobre inventar um pai possível. Outras pessoas dizem que é sobre como registrar uma experiência impossível de ser fotografada. Acho que as duas coisas são verdade”, afirma Clara Simas, que dedica a publicação à sua mãe.