
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, apresentou sua renúncia nesta quinta-feira (5) ao presidente Emmanuel Macron, que solicitou sua permanência no cargo até a nomeação de um sucessor. Barnier deixa o governo após perder uma moção de desconfiança no Parlamento, com 331 votos contrários em um total de 577. Ele se torna o premiê com o mandato mais curto da história francesa, ocupando o posto desde setembro. Este é o primeiro caso de queda de um governo por voto de desconfiança na França desde 1962.
A crise política teve início quando Barnier tentou, na segunda-feira (2), aprovar parte do Orçamento para 2025 usando um mecanismo constitucional que evitava a votação parlamentar. O projeto incluía medidas controversas, como aumentos de impostos, cortes de gastos e o adiamento de reajustes nas pensões conforme a inflação, visando reduzir o déficit fiscal para 5% no próximo ano e alinhar as contas públicas às regras da União Europeia. A estratégia, no entanto, provocou forte reação da oposição, resultando na moção de desconfiança que culminou em sua saída.
O Orçamento proposto previa um ajuste de 60 bilhões de euros, com foco na recuperação das finanças públicas do país. A manobra constitucional de Barnier abriu caminho para que os parlamentares votassem contra sua liderança, evidenciando a fragilidade política de seu governo e aumentando a pressão sobre o presidente Macron.
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