A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (5) e deixou o país após um dos piores episódios de violência na história do país sul-asiático. De acordo com fontes, Hasina fugiu em um helicóptero militar com sua irmã, dirigindo-se para a Índia. O general Waker-Us-Zaman, chefe do Exército, anunciou em um discurso televisionado que um governo interino será formado.

Imagens de televisão mostraram milhares de pessoas nas ruas da capital, Daca, celebrando e gritando slogans. Manifestantes invadiram a residência oficial de Hasina, “Ganabhaban”, levando objetos como televisores, cadeiras e mesas. Alguns manifestantes escalaram uma estátua do líder da independência, Sheikh Mujibur Rahman, pai de Hasina, e começaram a esculpir a cabeça com um machado.

A violência e os protestos, que começaram no mês passado com grupos de estudantes exigindo a eliminação de um sistema controverso de cotas em empregos governamentais, se transformaram em uma campanha pela destituição de Hasina. Na última segunda-feira, pelo menos seis pessoas foram mortas em confrontos entre a polícia e manifestantes nas áreas de Jatrabari e Daca Medical College. 

Os manifestantes, desafiando um toque de recolher nacional, marcharam para a capital para pressionar pela renúncia de Hasina. A onda de violência já resultou na morte de quase 100 pessoas em confrontos recentes, com cerca de 150 mortes registradas em protestos ocorridos em julho. Sheikh Hasina havia conquistado seu quarto mandato consecutivo em janeiro, em uma eleição boicotada pela oposição.