
A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por homicídio culposo no caso da morte da professora Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que foi arremessada de um brinquedo giratório no Mirabilandia, parque de diversões situado em Olinda. O inquérito, divulgado nesta terça-feira (19) na sede da Polícia Civil no Centro do Recife, detalha que o acidente foi causado pela corrosão das correntes da atração.
De acordo com a delegada Euricelia Nogueira, o procedimento de investigação foi conduzido por três delegados devido à complexidade do caso, formando um conselho deliberativo para sua conclusão. Uma perícia no brinquedo foi realizada com o apoio do Instituto Nacional de Tecnologia em União e Revestimento de Materiais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Os peritos identificaram corrosão visível nas correntes que sustentavam os balanços, conforme evidenciado pela perícia em novembro. O laudo finalizado neste ano destacou a falta de informações sobre manutenção no brinquedo, apesar de solicitações feitas ao Mirabilandia em diversas ocasiões.
A atração, em funcionamento desde 1998, apresentava balanços presos a uma estrutura giratória, alcançando até 12 metros de altura. A proximidade com o mar, cerca de 1,5 quilômetro, contribuiu para intensificar a corrosão das correntes, de acordo com a delegada.
O parque é operado por dois sócios, no entanto, de acordo com a delegada, estava sob a administração do filho de um deles, identificado como Bruno Santos, que foi um dos indiciados no caso.
“Nós temos um engenheiro liberando todos os brinquedos do parque dez meses antes. Ele tem obrigação de ver a situação dos elos das correntes. Já o gerente da equipe de manutenção está todo dia no parque e não viu a situação. Também temos a pessoa que foi checar esse brinquedo e deu o ok para as correntes. Todas essas pessoas tinham por obrigação fazer algo”, disse a delegada.
Euricelia Nogueira salientou que os indiciados permanecem em liberdade, uma vez que a pena pelo crime de homicídio culposo é de até três anos de detenção. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que avaliará a possibilidade de apresentar uma denúncia ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Fonte: G1