
A Procuradoria-Geral da República (PGR) disse, na denúncia apresentada ontem (18), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento e deu aval a um plano que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, o esquema incluía medidas extremas, como o uso de armas bélicas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a morte de Lula por envenenamento. O documento, assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, classifica o plano como “aterrador” e parte de uma trama golpista mais ampla.
Além da conspiração para eliminar fisicamente adversários políticos, a PGR aponta que Bolsonaro cogitou a prisão de ministros do STF e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na minuta golpista elaborada no Palácio do Planalto, o ex-presidente chegou a sugerir a detenção de dois ministros da Suprema Corte. Em uma revisão posterior, o foco passou a ser exclusivamente Alexandre de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no período eleitoral de 2022. A PGR afirma que essas movimentações demonstram a intenção de Bolsonaro de desestabilizar as instituições e reverter sua derrota nas urnas.
A denúncia também indica que Bolsonaro não apenas sabia dos planos, mas participou diretamente da articulação. O então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, teria levado a proposta do golpe aos Comandantes das Forças Armadas, conseguindo o apoio do Comandante da Marinha, Almir Garnier, enquanto os Comandantes do Exército e da Aeronáutica se recusaram a participar. Para a PGR, a estratégia envolvia um ataque coordenado às instituições, com o objetivo de consolidar um regime autoritário sob o comando de Bolsonaro.
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