PF conclui inquérito da “Abin Paralela” e indicia Bolsonaro, Ramagem e Carlos Bolsonaro

A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o uso ilegal de ferramentas de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e encaminhou o relatório ao Supremo Tribunal Federal. No documento, a PF indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, e o vereador Carlos Bolsonaro. Também foram indiciados mais de 30 envolvidos, incluindo integrantes da atual gestão da agência, sob suspeita de espionagem irregular e obstrução de investigação, como no caso da ocultação de computadores que posteriormente foram apreendidos.

O relatório aponta o uso indevido do sistema israelense FirstMile, que teria permitido o rastreamento de até 10 mil celulares por ano durante os primeiros anos do governo Bolsonaro, afetando ministros do STF, parlamentares e jornalistas. Um dos principais elementos do inquérito é a gravação de uma reunião de 2020, em que Bolsonaro, Ramagem e advogadas de Flávio Bolsonaro discutem estratégias para monitorar auditores da Receita Federal envolvidos no caso da “rachadinha”. Na ocasião, Ramagem sugeriu abrir um procedimento administrativo para afastar os servidores.

As defesas dos envolvidos negam irregularidades. Ramagem afirmou ter defendido ações legais e que Bolsonaro não solicitou “favorecimentos”. Já Flávio Bolsonaro disse que o áudio mostra apenas advogadas relatando suspeitas de perseguição política.

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