Pesquisa aponta que metade das mulheres brasileiras já foi vítima de assédio durante o carnaval

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Um levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva revelou que no Brasil, 50% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual durante as festividades carnavalescas, e 73% delas têm receio de passar por essa situação novamente. Esses números são ainda mais alarmantes entre mulheres negras, alcançando respectivamente 52% e 75%.

A pesquisa, que entrevistou 1.507 homens e mulheres com 18 anos ou mais entre os dias 18 e 22 de janeiro deste ano, destacou outro dado preocupante: seis em cada dez mulheres (60%) percebem o carnaval atual como tão arriscado quanto os do passado, em relação ao assédio sexual. Novamente, há uma disparidade entre mulheres brancas (55%) e negras (pardas e pretas, 65%) que compartilham essa percepção. A abrangência da sondagem reflete a realidade nacional.

Um ponto relevante destacado pela pesquisa é a importância das campanhas de combate ao assédio sexual. A grande maioria das entrevistadas pelo instituto (97%) considera essas ações fundamentais.

Além disso, o levantamento revelou informações sobre o julgamento da vítima de assédio com base em sua vestimenta. Cerca de 15% dos brasileiros ainda acreditam que uma mulher que sai para se divertir no carnaval com roupas curtas está disponível para encontros sexuais. No entanto, 68% discordam dessa ideia, sendo essa proporção maior entre as mulheres (75%).

A pesquisa também evidenciou que 81% dos brasileiros consideram problemático um homem beijar uma mulher embriagada ou com roupas curtas sem o consentimento dela, sendo essa porcentagem ainda maior entre as mulheres, atingindo 86%. Ainda, 86% dos entrevistados reconhecem a persistência do assédio sexual durante o período do carnaval e acreditam que todos devem contribuir para combatê-lo. Uma pequena parcela de 7% discorda dessas afirmações, sendo que 5% discordam totalmente.

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