
O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentaram, na terça-feira (26), a Estratégia Fiocruz para Terapias Avançadas, visando beneficiar pacientes com doenças oncológicas, infecciosas e genéticas atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Parte dessa iniciativa envolve um acordo de colaboração entre a Fiocruz e a organização norte-americana sem fins lucrativos Caring Cross, com o intuito de transferir tecnologia, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), para a produção de células CAR-T e vetores lentivirais.
Com essa parceria, a Fiocruz se tornará detentora da tecnologia no Brasil e na América Latina. A produção no Brasil promete reduzir significativamente os custos e ampliar o acesso da população às terapias genéticas. Além disso, essa cooperação representa um avanço na parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que conduzirá os ensaios clínicos para cânceres hematológicos.
As terapias com células CAR-T são consideradas inovadoras, utilizando as células imunológicas do próprio corpo para combater e destruir células infectadas. Inicialmente, o acordo se concentrará em terapias com células CAR-T para leucemia e linfoma, com versões aprimoradas de produtos já utilizados com sucesso em outros países. Além disso, a colaboração buscará desenvolver um produto terapêutico para o HIV, atualmente em fase de ensaios clínicos nos EUA, com o objetivo de tratar e potencialmente curar a infecção pelo vírus. Novos projetos para outras patologias também estão previstos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou aproximadamente 20 milhões de novos casos de câncer e 10 milhões de mortes por câncer em todo o mundo no último ano.