Em assembleia geral realizada na noite de ontem (10), os metroviários decretaram greve por tempo indeterminado, desta vez com 100% da frota paralisada. A decisão unânime foi tomada após a categoria rejeitar a proposta da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que previa 3,45% de reajuste sem aplicação do piso salarial.
Em comunicado oficial, o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro) criticou o presidente Lula (PT). “O Governo Lula é uma decepção para os trabalhadores metroviários, pois na campanha se comprometeu em retirar a CBTU da privatização, mas mantém o posicionamento de Bolsonaro”, diz o texto publicado nas redes sociais do sindicato.
O presidente do Sindmetro, Luiz Soares, criticou a proposta enviada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST). “Se houveram gestos para tentar negociar e evitar essa greve, vieram dessa categoria. Sempre estivemos abertos à negociação. Fizemos uma paralisação de 24 horas, outra paralisação de 48 horas. Aceitamos a proposta do TRT6 e do MPT de sentar e conversar. Novamente em busca de acordo, aceitamos a proposta do MPT de solicitar 7% de reajuste, porém, mais uma vez, a empresa chegou sem nenhuma proposta”, reforçou.
O sindicalista afirmou que a proposição foi apresentada à categoria pela Procuradora-Chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco, Ana Carolina Lima Vieira, responsável por mediar a negociação. “É um absurdo, uma proposta indecente. Nós não esperávamos isso do Governo Lula”, protestou Luiz.
O vice-presidente do sindicato, Assis Filho, falou sobre a oferta da SEST. “É hora de dar a resposta, a gente vai radicalizar. Greve total, não tem isso de 40% ou 60%, não. É 100% de frota parada”, enfatizou.