João Campos defende Alckmin como vice de Lula e alerta para avanço da direita em 2026

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), defendeu nesta quinta-feira (24) a manutenção da aliança entre o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para as eleições de 2026. Durante palestra na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, Campos afirmou que há uma posição “clara e unificada” dentro do PSB pela continuidade da atual chapa presidencial. Único candidato à presidência nacional do partido, o prefeito recifense é cotado para assumir o comando da legenda ainda este ano.

Segundo João Campos, o cenário político de 2026 será marcado pelo crescimento do radicalismo, especialmente no Legislativo, com o fortalecimento da extrema direita. “A próxima eleição será muito difícil, com uma tendência, principalmente no Parlamento, de aumento do radicalismo e de uma posição mais voltada para a direita. Vamos ter um ciclo eleitoral muito pautado por uma disputa mais estridente e menos profunda. Isso atrapalha muito o consenso”, disse. Para ele, o PSB pode se apresentar como uma alternativa ao extremismo e à excessiva pragmatização do centro político.

Campos também avaliou a necessidade de o governo Lula aprimorar sua comunicação para tornar mais visíveis as ações já em andamento. “O governo faz mais do que as pessoas percebem que ele faz”, afirmou. Ao comentar as dificuldades de articulação política do Executivo, o prefeito ponderou que muitos aliados de hoje podem não acompanhar o governo na eleição. “Você cria uma disfunção. Mas ela não é fácil de ser solucionada, porque o governo precisa de governabilidade”, explicou.

Durante o evento, o prefeito também abordou o cenário internacional e destacou a instabilidade das democracias liberais, o avanço da extrema direita e os conflitos globais. Ele mencionou o tarifaço promovido pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, classificando-o como “bullying econômico”. “O cenário de instabilidade está instalado no mundo inteiro, nas democracias liberais, em continentes até muitas décadas sem guerra, e há um nível de intolerância plena em diversas esferas para além da política”, concluiu.

Foto: Reprodução

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