O Irã atacou com mísseis e drones o território paquistanês, visando atingir supostos “grupos terroristas anti-iranianos”. As autoridades paquistanesas acusam o Irã de ter causado a morte de duas crianças e ferido outras três durante o ataque aéreo próximo à fronteira entre os dois países, classificando a ação como “totalmente inaceitável” e injustificada.
O Ministério paquistanês dos Negócios Estrangeiros confirmou o ataque contra bases jihadistas nesta quarta-feira (17), e acusou o Irã de “violação da soberania do Paquistão”. Em nota oficial, o governo de Islamabad declarou afirmou que o ocorrido “é completamente inaceitável e pode ter consequências graves”.
As autoridades paquistanesas convocaram o embaixador iraniano no Paquistão para prestar esclarecimentos sobre a “violação não provocada do seu espaço aéreo”. “O que é ainda mais preocupante é que esse ato ilegal ocorreu apesar da existência de vários canais de comunicação entre o Paquistão e o Irã”, afirmou, ainda, a diplomacia do país.
“O Paquistão sempre defendeu que o terrorismo é uma ameaça comum a todos os países da região e requer ação coordenada”, acrescenta a declaração. “Esses atos unilaterais não estão em consonância com as boas relações de vizinhança e podem minar gravemente a confiança bilateral”.
Até o momento, as autoridades iranianas não reivindicaram oficialmente o ataque. No entanto, a agência estatal Nour News afirmou que a sede no Paquistão do grupo jihadista Jaish al-Adl (que significa Exército de Justiça, na tradução do árabe) foi destruída. O Jaish al-Adl é considerado um grupo terrorista por Teerã e já realizou ataques no Irã, principalmente na região do Sistão-Baluchistão.
O ataque aconteceu após o Irã ter lançado mísseis contra o Iraque e o Norte da Síria na noite de segunda-feira (15), visando o grupo Estado Islâmico. Entre os alvos, a Guarda Revolucionária iraniana reivindicou um ataque à suposta sede da Mossad, a agência de informações israelense, na região curda do Iraque. Embora os ataques iranianos não pareçam estar diretamente relacionados com a guerra Israel-Palestina, ocorrem em um momento de aumento da instabilidade na região.