A relação econômica e comercial entre Portugal e Brasil começou muito antes do advento da globalização (talvez até tenha sido o embrião desse movimento). Apesar dessa relação ter começado com interesses exploratórios, não parou por aí e evoluiu.
O Brasil é um país gigante, empreendedor e versátil. Portugal é um país estratégico, um verdadeiro trampolim comercial. Como não podia deixar de ser, a relação entre os dois é do tipo ganha-ganha, onde a abertura de portas, pode significar, de um lado o incremento económico e financeiro e, do outro, a oportunidade de consolidação internacional de negócios e divisas.
São dois países com uma ligação histórica, cultural e econômica muito forte. Ambos compartilham a língua portuguesa, o que facilita a comunicação e o comércio entre eles. Além disso, têm economias complementares, o que significa que há oportunidades de negócios em ambos os países.
Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de empresas brasileiras que estão internacionalizando seus negócios para a Europa a partir de Portugal. Isso se deve a uma série de fatores, que passam pela bilateralidade de condições, segurança e uma certa estabilidade econômica portuguesa, e, principalmente, pelo acesso privilegiado ao mercado europeu altamente escalável.
Hoje mais da metade, ou seja, 26 dos 50 países europeus, fazem parte de um bloco denominado de Espaço Schengen, que compreende quase 500 milhões de habitantes, com uma única moeda, regras fiscais bem estabelecidas e claras, permitindo a circulação e comercialização de bens, produtos, serviços e capital.
Ter uma empresa estabelecida em Portugal é posicionar-se em uma vitrine mundial com acesso e potencialidades gigantescas, consumidores com alto poder aquisitivo e que estão abertos a inovações, novos produtos e serviços.
Esse movimento comercial influencia uma onda migratória que é positiva, pois a Europa é um continente envelhecido e sua renovação etária não tem sido suficiente. A facilidade que os jovens encontram em morar em outros países faz com que exista, naturalmente, um fluxo migratório interno e Portugal sofre reflexo direto.
Cada vez mais há jovens portugueses que, em busca de melhores salários e condições, partem para outros países, como Luxemburgo, por exemplo, onde o português já é o segundo idioma mais falado.
Esses fatores como idade média do português, baixa taxa de natalidade e a migração de jovens, tem causado um preocupante impacto deficitário na segurança social de Portugal. Dessa forma, a vinda de estrangeiros e a instalação de novas empresas no país muito tem contribuído para reequilibrar esses números.
Entretanto, o fluxo migratório sempre existiu nos dois sentidos, já que o Brasil acolheu e continua acolhendo milhares de portugueses, sendo poucos os que não têm ao menos um familiar que vive em solo brasileiro. A internacionalização de negócios entre os dois países também é um caminho de mão dupla e o Brasil conta com consideráveis investimentos de empresas portuguesas.
Portugal é um mercado que acolhe empresas de todo o mundo e está de portas abertas à empresas brasileiras que, quando instaladas no país, passam a ter acesso a financiamentos governamentais e fundos de investimentos europeus com taxas muito atraentes e, por vezes, parcialmente a fundo perdido.
Essa condição de incentivo ajuda a incrementar o desenvolvimento de negócios.
O momento é propício à vinda de negócios para Portugal e pode ser uma grande oportunidade para o empreendedor brasileiro.
Rhaxwell Nascimento é CEO da Associação e-DNA, Sócio na Digital MKT e Media (e-TAG Digital Signage System), Desenvolvedor de Negócios e Investimentos no Brasil e Portugal, Gestor de Alta Performance, Formador e Criador de Soluções. rhaxwell@e-dna.pt