Infecção por HTLV passa a ser notificada compulsoriamente em serviços de saúde públicos e privados do Brasil

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Serviços de saúde públicos e privados em todo o Brasil agora estão obrigados a notificar compulsoriamente a infecção pelo vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) em gestantes, parturientes ou puérperas, bem como em crianças expostas ao risco de transmissão vertical, ou seja, da mãe para o feto.

O HTLV, pertencente à mesma família do HIV, possui a capacidade de infectar células essenciais para o sistema imunológico. Apesar de mais de 40 anos após sua descoberta, o vírus ainda representa um desafio para a ciência, pois pode permanecer silencioso em alguns casos ou manifestar-se com gravidade em outros, como doenças da medula espinhal, doenças neurológicas degenerativas ou leucemia das células T.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a notificação compulsória do HTLV permite estimar o número de pessoas infectadas e os recursos necessários, além de melhorar a qualidade da rede de atenção para atender essa população. No caso das crianças expostas, auxilia no acompanhamento ambulatorial até a definição do estado sorológico.

O próximo passo, de acordo com a secretária, é definir, entre entes federais, estaduais e municipais, o rastreamento universal de gestantes e testes confirmatórios, além da qualificação das equipes de vigilância epidemiológica e estabelecimento de fluxo de notificação e monitoramento de casos.

Estima-se que mais de 800 mil pessoas estejam infectadas pelo HTLV no Brasil. O vírus pode ser transmitido sexualmente, por compartilhamento de seringas e agulhas, e verticalmente, principalmente pela amamentação.

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