
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo estuda três alternativas para responder à decisão do Congresso Nacional de derrubar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): acionar o Supremo Tribunal Federal, encontrar uma nova fonte de receita ou realizar um novo corte no Orçamento. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Haddad disse que, embora a decisão final caiba ao presidente Lula, ele defende pessoalmente a judicialização, por considerar que a medida do Legislativo seria “flagrantemente inconstitucional”, segundo avaliação de juristas do governo.
Para atingir a meta de superávit primário, Haddad lembrou que, além dos R$ 30 bilhões já contingenciados, ainda seriam necessários mais R$ 12 bilhões — valor que, segundo ele, “vai pesar para todo mundo”. O ministro também mencionou que novas fontes de receita podem vir de dividendos, petróleo e outros setores. Sobre a surpreendente decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta, de pautar a votação, Haddad disse não entender o que mudou desde o dia 8, quando afirmou ter feito um “baita acordo” com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Apesar do revés, evitou ataques ao Congresso e afirmou que os parlamentares têm sido “sensíveis às teses do governo”.
Na entrevista, Haddad reiterou o compromisso com a justiça tributária, prometendo focar na redução da carga sobre os mais pobres e no aumento da cobrança dos mais ricos. “Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem”, disse. Ele também informou que a proposta de corte linear de 10% nas isenções fiscais, inicialmente prevista para esta semana, só deve ser apresentada em agosto.