
O Ministério do Trabalho firmou um contrato no valor de R$ 15,8 milhões com a ONG Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil), ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para a retirada de lixo na terra indígena yanomami, em Roraima. A parceria foi estabelecida por meio da Secretaria de Economia Popular e Solidária, chefiada por Gilberto Carvalho (PT), ex-ministro e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Unisol opera em uma sala de 40 m² no subsolo da sede do sindicato, em São Bernardo do Campo (SP), e tem como dirigentes filiados ao PT, incluindo seu presidente, Arildo Mota Lopes.
O contrato é o segundo maior financiado com recursos destinados em 2024 à gestão de políticas para povos indígenas, ficando atrás apenas de um repasse de R$ 64,2 milhões a uma empresa de transporte aéreo — necessário para deslocamentos na área. A verba total prevista para essa ação orçamentária no ano passado foi de R$ 254 milhões. A Unisol deverá subcontratar prestadores de serviços para cumprir o objeto do convênio, incluindo empresas de limpeza, contabilidade e assessoria jurídica.
O pagamento integral foi feito em 31 de dezembro, três dias após a assinatura do contrato. O valor representa um recorde nos repasses à entidade nos últimos dez anos. O sindicato que abriga a ONG foi presidido por Lula nos anos 1970 e sua sede, em São Bernardo, foi o local onde ele permaneceu por dois dias antes de se entregar à Polícia Federal para cumprir pena imposta na Operação Lava Jato, em 2018.