Fundaj promove exposição sobre os 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife 

Foto: Divulgação

Há 60 anos o golpe civil-militar acabou com o Movimento de Cultura Popular (MCP), que dava acesso a ações de educação e cultura a fim de transformar a paisagem social do Recife. Iniciativa que contou com o apoio de intelectuais, educadores, artistas, estudantes e da sociedade civil, o MCP é tema da exposição Mutirão, promovida e produzida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Com curadoria de Moacir dos Anjos, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), a mostra vai ocupar a Galeria Vicente do Rego Monteiro, campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby, com inauguração na quarta-feira (15), e visitação a partir da quinta-feira (16). “No Recife, em 1960, um grupo heterogêneo de pessoas se juntou com um objetivo comum e principal: combater o analfabetismo que afligia a maioria das crianças e adultos pobres na cidade. Condição que estreitava os futuros possíveis dos mais novos e mantinha os mais velhos presos a empregos mal remunerados, além de impedidos de participar de eleições – à época, somente pessoas alfabetizadas possuíam direito a voto. Uma situação que reproduzia e ampliava desigualdades entre habitantes de um mesmo território”, assinala o curador. 

Mutirão reúne mais de 200 itens pertencentes a diversas coleções públicas e privadas, incluindo fotografias, folders, cartazes, documentos, filme, objetos, jornais, livros e obras de artistas de algum modo associados ao Movimento de Cultura Popular, tais como Abelardo da Hora, Francisco Brennand, Guita Charifker, Maria Carmen e Wilton de Souza. 

Essa história, observa Moacir dos Anjos, atualiza, “no tempo de agora, desejos de escrever a própria vida que foram frustrados. História que não se pode repetir, mas que inspira a invenção do que é hoje necessário”. A visitação à exposição poderá ser feita das terças aos domingos e feriados, das 13h às 17h. 

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