
A fibromialgia é uma síndrome crônica que afeta cerca de 3% da população brasileira e impõe desafios diários a milhões de pessoas, principalmente mulheres. Dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) indicam que entre 70% e 90% dos casos ocorrem em pacientes do sexo feminino. A doença, que pode surgir também em homens, idosos, adolescentes e até crianças, ainda é cercada por estigmas e desinformação, principalmente pela dificuldade de diagnóstico clínico, já que seus sintomas não costumam aparecer em exames laboratoriais.
Entre as principais manifestações da fibromialgia estão dores generalizadas nos músculos e tendões, rigidez corporal, fadiga intensa, alterações no sono, além de sintomas cognitivos, como dificuldade de concentração e lapsos de memória. De acordo com o ortopedista Lucas Sales de Melo, a origem da síndrome ainda é desconhecida, mas a ciência já classifica a condição como um tipo de dor nociplástica, que envolve alterações no sistema nervoso central e periférico. “É uma dor real e incapacitante, que muitas vezes é confundida com questões psicológicas, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento adequado”, explica.
A fibromialgia também pode causar enxaquecas, distúrbios gastrointestinais, sensação de formigamento e dormência. Fatores como estresse emocional, traumas físicos, transtornos do sono e exposição ao frio ou à umidade podem agravar os sintomas. “O paciente precisa ser acompanhado de forma multidisciplinar, pois as manifestações podem variar e afetar diferentes aspectos da vida”, alerta o especialista.
Embora não tenha cura, a fibromialgia pode ser controlada com tratamentos que incluem fisioterapia, exercícios físicos regulares, psicoterapia, regulação do sono, uso de medicamentos para dor e uma dieta equilibrada, com redução de alimentos inflamatórios. “Com o acompanhamento médico certo, é possível garantir mais qualidade de vida e evitar que a doença evolua para limitações físicas mais severas”, afirma Lucas Sales de Melo.
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