
A família pede que o crime seja tratado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
A família da enfermeira Meridernia Maria da Silva Lima, de 57 anos, que faleceu na última terça-feira (17), em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, após o carro em que ela estava, um Kwid, ter sido atingido por um carro de luxo no modelo BMW, pede por justiça. A família quer que o crime seja classificado como homicídio doloso, que é quando há a intenção de matar. Além disso, eles pedem que a investigação seja feita pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e não na Delegacia de Delitos de Trânsito, onde está sendo tratada atualmente.
A colisão aconteceu no final da tarde da terça-feira passada, no cruzamento da avenida Conselheiro Aguiar com a rua Baltazar Pereira. No carro de Meridernia, também estava a sua irmã, de 57 anos, a ex-nora, de 25 anos, e a neta, de 5 anos, que ficaram feridas.
De acordo com as informações obtidas pela família ainda no local, o motorista da BMW, de 26 anos, que não é habilitado, era acostumado a fazer “rachas” nas redondezas. “O que se fala é que o rapaz era acostumado a andar com carro potente e em alta velocidade naquelas principais avenidas, na Conselheiro Aguiar e na Domingos Ferreira. Isso são fatos. Já tem testemunha com a polícia”, explicou o advogado Flávio Santana.
“Nós estamos lutando para que o homem seja acusado por homicídio doloso, quando se assume o risco de cometer mal com terceiros. Por exemplo, ele não tinha habilitação. Essa informação já foi confirmada pela CTTU, ele não podia estar dirigindo. No entanto, o irmão, que estava no carro com ele, tinha habilitação. Além disso, a via em que ele estava não podia andar a mais de 60 quilômetros por hora, e ele estava acima disso. Então, ele assumiu o risco de causar mal contra alguém. No direito, chamamos isso de dolo eventual. Não é que ele tenha ido lá para matá-la, mas a conduta dele é tratada de forma diferente e vai à júri popular, não à júri comum”, detalha o advogado Flávio Santana.
O filho mais novo da vítima, o estrategista digital Michel Lima, acredita que houve uma falha na comunicação da Polícia Civil, já que os envolvidos no acidente estão impunes. “Acredito que houve, talvez, uma falha na comunicação da polícia, porque o local onde houve a batida foi fechado. A primeira coisa que o motorista criminoso fez ao descer do carro após o acidente foi retirar a placa do carro dele e sequer prestou os primeiros socorros à minha mãe”, informa.
Michel lamenta a dor de perder a mãe e clama por justiça. “O que fica agora é a tristeza e o sentimento de injustiça. Como a pessoa que colidiu no carro da minha mãe entra e sai pela porta da frente da delegacia desse jeito? A família quer que ele responda por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O que aconteceu não foi crime de trânsito, foi homicídio. A minha mãe foi assassinada”, frisa.
“A minha tia está com a bacia fraturada. A mãe da minha sobrinha, que também estava no carro, passa por cirurgias. A minha sobrinha, graças a Deus, só teve algumas escoriações, mas está bastante abalada emocionalmente e acorda de madrugada chorando perguntando pela avó. E a minha mãe, foi assassinada por um homem irresponsável que andava sem carteira de motorista e em alta velocidade por volta das 17h”, complementa Michel.