Estresse e ansiedade podem causar bruxismo e perdas dentárias

Durante o Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre saúde mental e prevenção do suicídio, especialistas chamam atenção para os reflexos emocionais no corpo. O estresse e a ansiedade, que atingem milhões de brasileiros, estão diretamente associados ao bruxismo, hábito involuntário de apertar ou ranger os dentes, sobretudo durante o sono. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre com o problema, mas no Brasil o índice pode chegar a 40%.

A cirurgiã-dentista e implantodontista Adriana Morosini explica que os transtornos emocionais favorecem o tensionamento da mandíbula, causando dores, desgaste dental e até fraturas. “A ansiedade desencadeia o bruxismo, e os sintomas do bruxismo aumentam ainda mais a ansiedade, criando um ciclo vicioso”, alerta. Entre os sinais mais comuns estão dores na face e na cabeça, estalos na mandíbula, dentes sensíveis ou amolecidos e má qualidade do sono, agravada pelo uso excessivo de telas à noite.

De acordo com Adriana, o diagnóstico precoce é essencial para evitar danos irreversíveis. O tratamento envolve o uso de placas miorrelaxantes, ajustes na mordida e, em casos graves, aplicação de toxina botulínica no músculo da mastigação. A especialista reforça que o acompanhamento psicológico deve caminhar junto ao tratamento odontológico. “O bruxismo não tem cura, mas pode ser controlado. Mais do que cuidar do sorriso, é preservar o bem-estar físico e mental. Desacelerar não é luxo, é necessidade”, conclui.

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