
Os fogos de artifício são um elemento tradicional nas festas juninas, mas podem causar impactos negativos, especialmente para crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A intensidade sonora e visual desses artefatos pode provocar sensações desagradáveis, afetando tanto o corpo quanto a mente das crianças com TEA.
A psicóloga e neuropsicopedagoga Márcia Karine Monteiro destaca que as crianças autistas possuem particularidades que exigem atenção especial em certas épocas do ano. “As festas juninas são um exemplo, pois o cenário vivenciado é diferente do habitual. As mudanças na rotina precisam ser conversadas, explicadas e orientadas. As celebrações contam com muitos barulhos e ainda há os fogos de artifício”, explica.
Algumas pessoas com TEA sofrem de hipersensibilidade, dificultando a gestão de múltiplos estímulos simultâneos. A exposição ao barulho e às luzes dos fogos pode sobrecarregar seus sistemas sensoriais, tornando a experiência ainda mais intensa e desconfortável. Para amenizar esses impactos, recomenda-se que as famílias tomem medidas para que as crianças possam participar das festas juninas sem sofrimento.
A especialista afirma que estratégias como a camuflagem de ruídos, guias sensoriais ou audioguias podem tornar as comemorações mais acessíveis para crianças autistas, reduzindo o desconforto e permitindo que elas desfrutem das festividades.
“O trabalho terapêutico da equipe multiprofissional auxilia na melhor adequação desses pequenos diante dos desafios do dia a dia, trabalhando com o som, os possíveis acontecimentos e os medos para que o impacto seja menor quando a situação de estresse for vivenciada. Cada criança reage de uma maneira, de acordo com seu nível de suporte (grau do autismo). A conscientização da sociedade é necessária, bem como o respeito pelas crianças também”, conclui.