O escritor tcheco Milan Kundera morreu na terça-feira (11), aos 94 anos, em Paris. A informação foi divulgada por uma emissora pública de televisão tcheca na madrugada desta quarta-feira. Anna Mrazova, porta-voz da biblioteca Milan Kundera, em Brno, cidade natal do autor, confirmou que ele “faleceu de uma longa doença”, sem maiores detalhes.

Nascido no dia 1º de abril de 1929 em Brno, na República Tcheca, Kundera encontrou exílio na França no ano de 1975 após ser condenado por criticar o regime soviético vigente no seu país de origem. Na época, durante a Primavera de Praga, o autor perdeu a sua cidadania (que só foi recuperada em 2019), seus livros foram proibidos em solo tcheco e ele perdeu o seu emprego como professor.

Milan Kundera deixa uma obra extensa e aclamada pela crítica, mas o seu título mais famoso foi A Insustentável Leveza do Ser (1984), que teve repercussão mundial e dezenas de traduções. O livro, que conta o caso de amor entre um médico e duas mulheres durante a invasão soviética da Tchecoslováquia, virou filme em 1988. Philip Kaufman dirigiu a tradução fílmica, que foi estrelada por Daniel Day-Lewis e Juliette Binoche.

A bibliografia de Kundera inclui, ainda, os consagrados A Brincadeira (1967), Amores Risíveis (1969), A Valsa dos Adeuses (1972), O Livro do Riso e do Esquecimento (1979), A Imortalidade (1988) e A Identidade (1998). Seu último livro foi A Festa da Insignifância, publicado em 2014.