“Energia nuclear é fundamental para a segurança energética do Brasil”, defende Carlos Mariz

O engenheiro e professor Carlos Mariz foi o convidado desta semana do Diariocast, podcast do Diario de Pernambuco, apresentado pelo jornalista Rhaldney Santos, titular deste blog, para debater a importância da energia nuclear no atual cenário energético. Durante a entrevista, Mariz destacou que a tecnologia é uma das opções mais seguras e eficientes para garantir a estabilidade da matriz elétrica brasileira, especialmente diante da crescente demanda e da intermitência de fontes renováveis, como solar e eólica.

Mariz enfatizou que há um equívoco na comparação direta entre os custos da energia nuclear e os das fontes renováveis. Segundo ele, ao calcular os custos reais de produção de energia, é preciso considerar a necessidade de um sistema robusto de suporte para fontes intermitentes. “A energia nuclear oferece estabilidade, funciona 24 horas por dia, não depende do clima e não emite gases de efeito estufa. O Brasil não pode abrir mão dessa tecnologia”, afirmou.

O engenheiro também abordou a viabilidade da construção de novas usinas nucleares no país, mencionando que Itacuruba, em Pernambuco, já foi identificada como um local adequado para receber esse tipo de empreendimento. Segundo ele, estudos realizados há mais de uma década indicam que a cidade tem condições ideais para abrigar até seis unidades geradoras de grande porte. “A localização foi avaliada por especialistas internacionais e considerada extremamente favorável para uma usina nuclear”, explicou.

Ao comentar sobre a usina de Angra 3, Mariz defendeu a continuidade da construção, que já está 65% concluída. Ele argumentou que, além de garantir mais 1.400 megawatts ao sistema elétrico nacional, a retomada do projeto fortaleceria a cadeia produtiva do urânio no Brasil, permitindo que o país fechasse seu ciclo de produção de combustível nuclear. “O Brasil precisa enxergar a energia nuclear como um projeto estratégico de Estado. Temos reservas de urânio e tecnologia para enriquecer o combustível, mas ainda dependemos de importação. A conclusão de Angra 3 mudaria esse cenário e impulsionaria nosso desenvolvimento tecnológico e econômico”, concluiu.

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