
No dia 14 de outubro, um fenômeno astronômico estará visível nos céus do norte e nordeste do Brasil. Às 16h51, horário de Brasília, a Lua se posicionará entre a Terra e o Sol. Um “anel de fogo” brilhante circundará a borda da estrela central, formando um eclipse.
Nos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, será possível visualizar o eclipse anular. Nos demais estados do Brasil, o eclipse será parcial.
A astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, destaca que, embora possa parecer raro, os eclipses solares são eventos relativamente comuns, ocorrendo uma ou duas vezes por ano. “Temos a sensação de que é um fenômeno raro, porque o eclipse é visível somente para quem está na faixa de totalidade ou anularidade. Mas em uma faixa bem maior da Terra, o eclipse é visível de forma parcial”, explica.
O último eclipse solar anular, que aconteceu em junho de 2021, não pôde ser observado no Brasil. Isso ocorre devido à inclinação do plano de órbita da Lua em relação ao da Terra, o que faz com que a configuração necessária para um eclipse anular não ocorra na Lua Nova.
“O tamanho da Lua que vemos aqui da Terra, que chamamos de diâmetro aparente, é, em muitos dias, igual ou até maior que o diâmetro aparente do Sol, ou seja, o tamanho que vemos o Sol daqui da Terra”, afirma Josina.
O ápice do fenômeno será às 16h51, e o evento terá uma duração total de 2 horas e 7 minutos.
A observação do eclipse requer cuidado. Josina enfatiza que olhar diretamente para o Sol é extremamente perigoso para os olhos, mesmo por alguns segundos, pois pode causar danos irreversíveis à retina. Portanto, é fundamental utilizar filtros solares apropriados, telescópios adequados ou seguir as orientações de profissionais para a observação segura do fenômeno.
“Em hipótese alguma se deve olhar diretamente para o Sol, nem mesmo com o uso de películas de Raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro”, adverte.
Para aqueles que desejam uma alternativa segura, é possível criar um dispositivo simples para a projeção indireta do eclipse. “É bem fácil construir um aparato. Pode-se simplesmente usar um pedaço de papelão, como, por exemplo, uma tampa de caixa de pizza, e fazer um furo no meio. Coloca-se um papel branco no chão e direciona-se o furo para a direção do Sol. O eclipse é visto tranquilamente no papel no chão”, ensina.
O Observatório Nacional transmitirá o eclipse em uma edição especial do evento virtual “O céu em sua casa: observação remota” no Youtube. Astrônomos amadores e profissionais em várias regiões da faixa de anularidade estarão compartilhando essa experiência com o público.