Do STF à sala de aula: pernambucano concilia grandes causas no Supremo com a formação de juristas

O advogado pernambucano Guilherme Veiga foi o convidado desta semana do Diariocast, podcast do Diario de Pernambuco, apresentado pelo jornalista Rhaldney Santos, titular deste blog, para conversar sobre sua trajetória jurídica e acadêmica. Com quase duas décadas de atuação nos tribunais superiores, Veiga é referência em ações relacionadas ao Seguro Habitacional do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), tema que define como um propósito de vida. “Comecei atuando para famílias carentes que compraram o sonho da casa própria e receberam o pesadelo do desmoronamento”, afirmou.

Durante a entrevista, ele compartilhou bastidores de sua atuação em Brasília, onde já tem mais de mil processos em tramitação no STF e no STJ. “Meu objetivo é levar uma voz do Nordeste para as Cortes Superiores, alguém que conheça a realidade local”, explicou. No campo acadêmico, destacou sua missão de compartilhar conhecimento por meio do ensino e da publicação de livros, como Como advogar perante o STJ, lançado recentemente. “Foi uma forma de retribuir a experiência adquirida e orientar colegas sobre os caminhos corretos para atuar na Corte”, disse.

Guilherme também abordou a aplicação da inteligência artificial na advocacia, destacando o papel da tecnologia como ferramenta, não como substituto. “A I.A. vem para ser uma ferramenta e não um substituto da advocacia. Nós jamais seremos substituídos, pelo menos os advogados que produzem as teses, que militam com ética, responsabilidade e coerência”, pontuou. Ele ainda reforçou a importância de formação contínua e criticou práticas automatizadas sem embasamento: “Se você não tem a capacidade intelectual de entender o que é adequado e o que não é, está refém da tecnologia e não construindo sua própria história.”

Por fim, comentou a suspensão de processos ligados ao SFH, que já dura mais de seis anos, e cobrou mais sensibilidade das autoridades. “Não adianta lançar um programa para 400 prédios e entregar 50% do valor mínimo da casa mais barata. Reduz para 200 e entrega o dobro, ou entrega a chave da casa. Estamos falando de moradia, não de transferência de renda”, ressaltou.

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