
Os deputados federais Erika Hilton (PSOL-SP), Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) apresentaram uma solicitação ao Ministério Público Federal (MPF) para que investigue a morte por suicídio da influenciadora digital Karol Eller e a prática da chamada “cura gay” a que ela teria sido submetida na Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás.
A morte de Karol Eller, de 36 anos, ocorreu na última quinta-feira (12). Os parlamentares alegam que a igreja evangélica é responsável pela realização do retiro de jovens Maanaim, que oferece práticas para a “conversão” de jovens bissexuais e homossexuais à heterossexualidade. Segundo o documento apresentado ao MPF, Eller teria sido uma das vítimas dessa prática.
No documento apresentado ao MPF, os deputados afirmam que a igreja Assembleia de Deus e outras entidades envolvidas na suposta prática da “cura gay” estão sujeitas a investigação com o objetivo de combater crimes de homotransfobia, tortura psicológica e incitação ao suicídio.
A prática, que carece de respaldo científico, é vedada por resolução do Conselho Federal de Psicologia desde 1999, uma vez que a bissexualidade e a homossexualidade não consistem em doenças ou distúrbios.
O Pastor Henrique Vieira destacou em suas redes sociais: “A história da Karol se confunde com a de várias outras pessoas que passaram ou passam por essa violência chamada de ‘cura gay’. Algumas igrejas desenvolvem essa prática acreditando que a homossexualidade, bissexualidade e transexualidade são patologias, doenças e pecado. Cria-se um ambiente de verdadeira tortura emocional, gerando culpa, medo, frustração, angústia, depressão”. Ele acrescentou que ouve relatos de pessoas que foram expulsas de casa, de atividades ministeriais, que foram submetidos a ritos de exorcismo. “Tudo fruto de uma leitura literalista, descontextualizada, dogmática e fria da Bíblia”, escreveu.
O MPF informou que recebeu a representação ontem (17) e que esta encontra-se em fase de análise preliminar para definição dos próximos passos. A procuradoria poderá optar por instauração de inquérito, arquivamento ou outras medidas cabíveis. As informações são da Agência Brasil.