China diz que irá ignorar ‘jogo tarifário’ dos EUA

O governo chinês afirmou nesta quinta-feira (17) que irá ignorar o “jogo dos números tarifários” dos Estados Unidos, em resposta à escalada de tarifas anunciadas pela Casa Branca. Em comunicado recente, Washington apontou que Pequim enfrenta tarifas totais de até 245%, somando medidas contra o fentanil, práticas comerciais consideradas desleais e uma nova rodada de retaliações. O Ministério das Relações Exteriores da China reiterou que qualquer diálogo só será possível com base no respeito mútuo e na igualdade, enquanto prossegue com ações na Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as sanções.

Em meio à disputa comercial, o presidente chinês, Xi Jinping, iniciou uma ofensiva diplomática no Sudeste Asiático. Durante visita ao Camboja, nesta quinta-feira, Xi pediu que o país se oponha ao protecionismo, destacando os impactos negativos das tarifas norte-americanas para ambas as economias. O Camboja foi um dos países atingidos pelas tarifas dos EUA, com alíquota de até 49% sobre suas exportações, antes da suspensão temporária para outras nações. Em artigo publicado na imprensa cambojana, Xi reforçou a parceria entre os dois países e destacou o papel da China no financiamento de obras de infraestrutura no país.

Apesar de não anunciar novos empréstimos, Xi prometeu manter o apoio ao desenvolvimento cambojano e ressaltou os benefícios de projetos já concluídos. A visita ao Camboja, terceira etapa de uma viagem que incluiu Vietnã e Malásia, é vista como uma tentativa de fortalecer os laços regionais frente à pressão econômica dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a China nomeou um novo negociador comercial, Li Chenggang, para substituir Wang Shouwen, sinalizando mudanças na condução das negociações em meio à guerra tarifária.

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