
Um barco brasileiro movido a hidrogênio será apresentado na COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que acontecerá em novembro, em Belém (PA). Desenvolvido pela JAQ Apoio Marítimo, em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu, o projeto visa operar de forma sustentável, sem emissão de poluentes e com neutralidade de carbono. A embarcação, chamada Explorer H1, será abastecida com hidrogênio verde, gerado por eletricidade proveniente de fontes renováveis, como eólica e solar.
O Explorer H1 terá eletrolisadores a bordo, produzindo combustível limpo para geração de energia. A tecnologia é desenvolvida pela montadora chinesa GWM, e o investimento no projeto está estimado em R$ 150 milhões. Com 36 metros de comprimento, a embarcação está sendo construída no estaleiro Inace, em Fortaleza (CE), e contará com hidrojatos que permitirão sua navegação em águas rasas. Um segundo modelo, o Explorer H2, está em desenvolvimento no Estaleiro do Arpoador, no Guarujá (SP). Esse terá 50 metros e um motor da MAN (empresa do grupo Volkswagen), que poderá operar com hidrogênio ou diesel, e deverá ser lançado entre 2026 e 2027.
Segundo a JAQ, os barcos serão transformados em laboratórios flutuantes, com salas de aula e plataformas tecnológicas para fomentar a preservação dos biomas brasileiros. “Nosso objetivo é contribuir para a eliminação das emissões de gases de efeito estufa e incentivar o uso de energia limpa na navegação”, destacou Ernani Paciornik, chairman da JAQ e presidente do grupo Náutica. A navegação marítima é responsável por cerca de 3% das emissões globais de dióxido de carbono, segundo a Organização Marítima Internacional (IMO).
Embora o projeto seja inovador, ainda não há previsão para comercialização dos barcos brasileiros movidos a hidrogênio, nem estimativa de preço. Veículos movidos a hidrogênio chegam a custar 2,5 vezes mais que modelos a diesel, o que pode representar um desafio para a adoção dessa tecnologia em larga escala.