AVC é principal causa de morte não infecciosa no Brasil: reforço na linha de cuidados pode mudar cenário

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é uma doença que atinge a pessoa de maneira aguda e repentina, em virtude da falta de sangue para as células do cérebro.
De acordo com a neurologista Ana Dolores Nascimento, coordenadora da unidade de AVC do Hospital da Restauração e consultora técnica da linha de cuidados em Neurologia da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), existem dois tipos de AVC. “O AVC isquêmico é o mais comum, corresponde a 85% dos casos. Nele há a obstrução do fluxo sanguíneo. O outro, chamado de hemorrágico, provoca um rompimento dos vasos, causando um hematoma (coágulo) no interior do cérebro, e é responsável por 15% dos casos”, explica.

Segundo estudo da Lancet Neuroly Comission, até 2050, as mortes por AVC podem aumentar em 50%, principalmente nos países de baixa e média renda. No Brasil, o AVC já é a principal causa de morte não infecciosa. Os principais fatores de risco para isso são comorbidades como pressão alta, diabetes, arritmia do coração, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e obesidade. São os chamados fatores modificáveis, responsáveis por 90% dos casos. A idade e a etnia (negros e latinos têm maior predisposição) também contribuem para o risco de AVC, com 10% de influência.

Para mudar esse cenário, medidas ágeis de cuidado devem ser adotadas. Em Pernambuco, o Hospital da Restauração (HR) e o Hospital Pelópidas Silveira (HPS) são referências para o tratamento do AVC isquêmico. No HR, dentro da Emergência Clínica, funciona a Unidade de Acidente Vascular Cerebral, que, em 2023, completa dez anos de atividade. O principal método de tratamento do AVC isquêmico é a Trombólise, que consiste na utilização de medicamento venoso, disponibilizado pelo SUS desde 2012.
“A linha de cuidados com pacientes que sofrem AVC no estado ganham reforço. Contemplando as etapas de prevenção, tratamento agudo e pós-AVC, o HR e o HPS vão aumentar a capacidade de atendimento”, afirma a neurologista, Ana Dolores.

“Os três principais sinais de alerta de AVC são boca torta, fala embolada e fraqueza no braço ou perna, qualquer um desses iniciando de forma súbita”, informa a neurologista Ana Dolores. “É importante que na presença de qualquer um desses sinais, a pessoa procure a emergência mais próxima para ser avaliada pelo médico e, caso haja real suspeita de AVC, seja encaminhada o mais rápido possível para os serviços de referência. O melhor resultado do tratamento está ligado ao tempo. Quanto mais rápido se trata, maior a chance do paciente evoluir sem sequelas”, conclui.

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