Há registros arqueológicos de que no Egito Antigo o homem já utilizava ornamentos metálicos nos dentes em forma de fios, sustentando ou contendo os elementos dentários. Isso nos faz imaginar que a preocupação de dentes alinhados e nivelados é tão antiga quanto a sua existência. Com a evolução do homo sapiens “pensante”, seu raciocínio já evoluía com uma preocupação estética. Mas será que esse cuidado era mesmo com fins de um belo sorriso ou se fundamentava em algo mais complexo e/ou fisiológico de uma boa mastigação?!
Eu, como especialista em ortodontia e alguns anos corridos de vivência com meus pacientes, procuro exaltar as inúmeras finalidades que tem o aparelho ortodôntico.
Faço uma simples comparação das arcadas dentárias superior e inferior com uma tampa e uma panela: eles têm que estar justapostos, encaixados, feitos sob medida para que sua utilização aconteça de forma acertada e otimizada. Para cada elemento dentário da parte superior existe um lugar ideal de contato com o dente inferior. Quando essa relação de engrenagem perfeita que se chama OCLUSÃO não acontece, problemas começam a aparecer, tais como:
Dores de cabeça;
Apertamentos dentários;
DTMs (disfunção temporomandibular);
Desgastes dentários;
Fraturas;
Sensibilidade dentárias ;
Desconforto para mastigar.
Homens e mulheres por volta de seus 50 anos, a chamada “meia-idade”, relutam e fazem objeção a um tratamento ortodôntico por acharem que seria algo destinado aos jovens, ainda com a ideia equivocada de associar a ORTODONTIA apenas com sorriso alinhado.
Não existe idade limite para utilização, nem mínima, nem máxima. O bom diagnóstico acaba sendo o ponto chave de toda resolução.
Também não existe aparelho “milagroso” que resolva todas as situações. O ortodontista é e sempre será o “resolutista”, aquele que planejará, executará e finalizará o tratamento com maestria ou não.
Temos no mercado odontológico inúmeras marcas e modelos de aparelhos, dos mais simples aos mais estéticos e tecnológicos. Todos confluindo para o mesmo fim, a aquisição de uma boa oclusão e um belo sorriso. Contudo, nenhum deles entregará um resultado satisfatório sem um bom condutor, sem um bom ortodontista. O caminho a percorrer está nas mãos dele.
E, para finalizar, convido você, leitor, a fazer uma autoanálise de sua oclusão ou de sua mordida, se assim preferir chamar. Observe se eles se encaixam, se eles têm essa “engrenagem” perfeita, ou se há muito tempo convive com dores de cabeça ou na face que não sabe de onde vem. Procure um ORTODONTISTA, procure o encaixe perfeito de sua tampa com a panela.