Golpes digitais crescem no Brasil e impulsionam demanda por seguros cibernéticos

O Brasil registrou quase dois milhões de crimes virtuais em 2023, o equivalente a um golpe a cada 16 segundos, segundo o Atlas da Violência 2025. Com a redução de crimes patrimoniais e homicídios, o avanço do estelionato eletrônico tem impulsionado a busca por seguros cibernéticos. “O seguro cibernético tem se mostrado uma ferramenta essencial para mitigar os danos causados por ataques digitais, oferecendo não apenas ressarcimento financeiro, mas suporte técnico e operacional para contenção de crises”, explica Eduardo Fazio, representante do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne).

Esses seguros oferecem coberturas como recuperação de dados, consultorias técnicas e responsabilidade civil, especialmente em casos de vazamento de dados pessoais. Fazio destaca que, antes da contratação, “as empresas passam por uma análise de risco detalhada”, que leva em conta segurança da informação, conformidade com a LGPD e histórico de incidentes. Segundo ele, “empresas que demonstram maturidade na gestão de riscos cibernéticos conseguem melhores condições de cobertura e prêmios mais competitivos”.

De acordo com a CNSeg, a arrecadação com seguros cibernéticos saltou de R$ 20,7 milhões em 2019 para R$ 203,3 milhões em 2023, um crescimento de 880%. No mesmo ano, 63% das empresas brasileiras que sofreram ataques digitais recorreram às apólices contratadas. Além da proteção financeira, o seguro também ajuda no cumprimento da LGPD, com estrutura para resposta a incidentes e compensação por danos. “A criminalidade evoluiu, e as empresas precisam evoluir também. Ter uma apólice de seguro digital hoje é como ter um extintor de incêndio: não se espera usá-lo, mas é vital tê-lo quando a emergência acontece”, conclui Fazio.

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